O Reverberações Audiovisuais no Sertão é uma residência artística em audiovisual, que vai acontecer na sede do Coletivo Ecos do Caminho e na vila de Sagarana entre 10 e 16 de agosto de 2024. O encontro é uma ação do Meu cinema, Nosso território em parceria com o CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema para alavancar a produção audiovisual pelo norte e noroeste de Minas Gerais. Um grande encontro entre realizadores de filmes premiados em pelo menos uma das sete edições do Cinebaru – Mostra Sagarana de Cinema e realizadores audiovisuais da região baiangoneira (BA, GO. MG e DF).

Foram selecionados 16 residentes entre representantes de filmes premiados nas sete edições do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema e realizadores audiovisuais com atuação na região baiangoneira (BA, GO. MG e DF). O Encontro é um espaço de fomento, oferecendo lugar, tempo, interlocução e financiamento para que os realizadores audiovisuais possam se concentrar em uma nova atmosfera de criação, se permitindo a novas experimentações.

Inscrições: 02 de maio a 02 de junho de 2024
Resultado previsto da seleção: 7 de junho de 2024
Período de realização da residência: 10 a 16 de agosto de 2024

edital

Residentes

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Equipe

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João Carlos Freitas da Silva

Licenciado em dança, autista, sagaranense e cerratense, poeta, sertanejo, arte-educador, artista, artesão, bailarino e produtor cultural. Ele é membro fundador da CineBaru e integrante da Associação @Cresertão. Com experiência produção audiovisual, eventos culturais e artesanato [...]

  • Retrato de Ana Cordeiro

Ana Cordeiro

Águas Lindas de Goiás Ana Cordeiro, nascida em Brasília e radicada no entorno, graduanda em comunicação e aprendiz do audiovisual. Produtora e planejadora no coletivo ÀWA, foi 1ª assistente de direção do curta-metragem Eu Era [...]

  • Retrato de Diego Zanotti

Diego Zanotti

Documentarista e psicólogo, Diego Zanotti produz filmes pelos interiores do Brasil retratando tecnologias ancestrais e contemporâneas de comunicação e presença, a partir da união entre o Cinema, Ecopsicologia e os processos coletivos de tomada de [...]

  • Retrato de Maria Miranda

Maria Miranda

É mãe, cerratense das bandas do Goiás, artista da dança e do movimento expressivo, e artivista ambiental pelo cerrado e sua gente. Doutoranda em Artes da Cena pela Unicamp, atua na fronteira entre a dança, [...]

  • Retrato de Simone Veloso

Simone Veloso

Mineira nascida e criada em Sete Lagoas, a mais nova de cinco irmãos, tornou-se jornalista na UFJF e estudou gestão cultural na USP e no SESC-SP. Na área cultural desde 2006, atua principalmente como produtora [...]

  • Retrato de Isabella Atayde

Isabella Atayde

Especialista em Comunicação e Cultura, mestre em Gestão Cultural, pós graduada em Gestão e Políticas Culturais, relações públicas, produtora cultural, poeta, fotógrafa, sambista, brincante, capoeirista. Fundou a Etcetera Produções para projetos ligados à educação e [...]

Meu cinema, Nosso território

Meu cinema, Nosso território chega em sua quarta edição como um movimento de expansão da compreensão do setor audiovisual, entendendo o cinema como fruição, território, diversidade, potência coletiva, de experimentação e reafirmando a sua função social.

Laboratório de experiências audiovisuais e seus desdobramentos na prática singular da câmera no Território, Meu cinema, Nosso território provoca desvios, cria deslocamentos dos estigmas hegemônicos e padronizantes do cinema clássico/comercial para um outro colaborativo, inclusivo e crítico.

Fazer artístico/coletivo/colaborativo aliado ao pensamento crítico e à convivência com criadores de variadas trajetórias e faixas etárias. Apoia-se na ideia de deslocamento como ponto em comum – na perspectiva, nos suportes e, também, geograficamente. O deslocamento criativo é reflexo do que o projeto se firma: a descentralização e democratização dos cinemas e das práticas audiovisuais. Desejo de desvio do caminho já traçado, desestabilizar para estabilizar, criando novas possibilidades. O roteiro propõe atravessar e ser atravessado pelo território do norte e noroeste de Minas Gerais e pensar a produção audiovisual que dele surge de forma crítica e geradora de conhecimento.

ESTADO POÉTICO DO ANO:
CINEMA NO SEU TEMPO

Acreditamos no processo poético como uma flecha no tempo e uma tecnologia emergente. No corpo como um inventário de memórias editadas. Na vida cotidiana como um inevitável fazer artístico.

 

O Reverberações Audiovisuais no Sertão deste ano pondera ser um grau de apoio, um ponto de escora, para as intensidades do nosso momento social e pessoal, quando a velocidade e a digitalização dos corpos tomam proporções inimagináveis. Aqui está um convite implícito: qual cinema você nos propõe? Qual território é o seu mapa guia? Ele pode ser visitado? Tem tempo aí pra isso? O tempo externo do mundo e o tempo interno do sentir, sempre em coreografia intermitente, está encarando a velocidade, por vezes numa aceleração sem precedentes, ou numa reação paralisante, em uma estética recortada de planos sem planos e com muitos planos. Um cinema ao ar livre no tempo.Este espaço híbrido, onde corpos e algoritmos coexistem, nos instiga a repensar a nossa temporalidade. O cinema, enquanto arte e expressão, torna-se um espelho desta nova realidade fragmentada ou de novas conexões autênticas – brincar de pausar, respirar, inverter, relaxar, ou acelerar duas vezes.E o território? Não mais limitado pelas fronteiras geográficas, ele se expande para o coração do outro, mas também para o ciberespaço, um mapa invisível onde as coordenadas são definidas pelas conexões (ou a falta delas) e interações humanas. Neste novo território, a paisagem é composta por estradas, por miragens, por abraços, por dados, memórias, pixels e redes, um mosaico dinâmico que reflete a complexidade do nosso tempo. Por isso, nosso convite é sentir o tempo. Esse que supera tantas fragmentações e dá destino à presença. Bem-vindes/as/os ao Reverberações Audiovisuais no Sertão – Sagarana!

CINEMA INCORPORADO AOS TERRITÓRIOS

O filme é o corpo de uma ideia, a carne do roteiro, a manifestação de uma nova existência. Fazer cinema é criar outros mundos, outros corpos e existências. Assim, fazer cinema é também ser feito por ele. Seguindo a máxima em que Cinema é muito além de filme, o Meu Cinema, Nosso Território busca expandir o cinema para as relações sociais, comunitárias e territoriais brasileiras. Se toda criação acontece de e a partir do corpo, buscamos sair do protagonismo racional em nossas vivências, alargando outras tantas ferramentas de apreensão e leitura do mundo: olhar, ouvir, tatear, pisar, cantar. O corpo como criador de expressões, logo, meio pelo qual o território toma forma.

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
COMO TERRITÓRIO CRIADO

O Reverberações Audiovisuais no Sertão apoia-se na ideia de território para criar o espaço de encontro e realização na formação de elos, reflexão e experienciação com o campo do cinema. Assim, a residência assume o caráter de um território criado coletivamente a partir dos territórios vividos singularmente por cada um de seus integrantes. Por meio do encontro entre proponentes, residentes e a vila de Sagarana para experienciar o campo do audiovisual, esse território criado tece uma programação entrelaçando nossa práxis metodológica com o proposto por vocês, em suas práticas e modos de se relacionar com o campo do cinema. Cada residente é, para nós, um território, com sua forma própria de experienciar, criar e propor o cinema. É a partir do encontro entre territórios que um território-residência é estabelecido.

A VILA DE SAGARANA

A Vila de Sagarana, distrito de Arinos – MG, fez parte de um processo de colonização agrícola do INCRA na década de 1970, sendo o segundo assentamento rural de reforma agrária de Minas Gerais. Localizada no cerrado, no sertão de veredas e matas, apresenta uma enorme biodiversidade de fauna e flora. Assim como convive com as pressões e violências ligadas ao manejo da terra e das águas, bem como com as questões que envolvem agronegócio, desmatamento, destruição de veredas, envenenamento por agrotóxicos e apagamento das tradições e modos de vida da população que ali habita. 

Sagarana é berço de diversas ações e eventos que questionam e resistem a essa lógica da monocultura e que buscam fortalecer outros modos de vida e as redes de produção locais. Atualmente, sedia o CreSertão – Centro de Referência de Tecnologias Sociais do Sertão, o Centro de Artesanato e vem fortalecendo uma cultura de turismo de base comunitária. Nos últimos dez anos abre as suas portas para o projeto “O Caminho do Sertão: De Sagarana ao Grande Sertão: Veredas”. A vila também tem seu próprio festival de arte, cultura e desenvolvimento social no campo, o tradicional Festival Sagarana, que teve sua sétima edição em 2015 e este ano retoma sua trajetória – entre 18 e 22 de setembro. 

O CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema nasce em 2017, como reverberação do Caminho do Sertão e fortalecido pelas estruturas locais. Em 2021, surge o Meu Cinema, Nosso Território, braço formativo do CineBaru, um movimento de expansão da compreensão do setor audiovisual, entendendo o cinema como fruição, território, diversidade, potência coletiva, de experimentação e reafirmando a sua função social.

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